quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Perdi meu candidato à Presidência



"Não vamos desistir do Brasil!"
Eduardo Campos


Não há nada mais surpreendente do que a vida. Do nada, ela interrompe o caminho, inventa um desvio, muda um dia ensolarado com uma tempestade de granizo e raios. Tudo parecia tranquilo na última quarta-feira, quando pouco antes da hora do almoço, um avião caiu em Santos no litoral paulista. Eduardo Campos, candidato à presidência pelo PSB, estava no avião e faleceu tragicamente.

Fiquei triste. Fazia tempo que um candidato não me despertava um interesse maior. Gostei de suas propostas, de suas ideias e também por se revelar como uma liderança nova no cenário nacional. Acho triste analisar o cenário eleitoral e perceber que os candidatos são os mesmos, as velhas lideranças, não importando o partido ou o Estado. Em São Paulo, Geraldo Alckmin vai atrás de seu quarto mandato; no Rio de Janeiro - pobre Rio -, o principal  candidato é Anthony Garotinho; em Minas, Pimenta da Veiga e Fernando Pimentel; no Distrito Federal, José Roberto Arruda e Agnelo Queiroz, o primeiro preso por receber propina que foi flagrada em vídeo.

Há tempos sinto-me órfão politicamente. Para recorrer a um bordão usado recentemente, é difícil achar alguém que me represente. Via em Eduardo Campos alguém que poderia marcar posição nesta campanha, alguém que agitasse a oposição amorfa que apostou suas fichas no neto do Tancredo, mas que deveria ter sido muito mais atuante durante seu mandato de senador. Aécio não me empolga. Marina é uma grande incógnita. Assume o posto de Eduardo Campos, mas tenho sérias dúvidas se ela abraçará os objetivos de Campos, como banco central independente, redução da máquina pública com  diminuição de ministérios, educação em tempo integral, preservação e incentivo do agronegócio. O fato é que aquela bagunçou o coreto da eleição e agora é uma nova corrida presidencial.

Os debates serão fundamentais, no meu caso, para formar minha convicção e decidir meu voto. E se o leitor estranhar por que não falei da Dilma, a resposta é muito simples. Não voto em partido corrupto ou que compactua com a corrupção! Quem pensa e quer um Brasil melhor, não vota no PT, não vota em branco e não vota nulo. Decida seu voto conscientemente.

Perdi meu candidato à Presidência, mas eu não vou desistir do Brasil!



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